No dia 09 de Dezembro iremos estar no Centro Comunitário de Linda-a-Velha em parceria com o movimento Linda-a-velha em Malhação para tricotar a maior linha vermelha do mundo pela transição energética justa, e contra a exploração de petróleo e gás!
Iremos tricotar, falar sobre alterações climáticas e sobre os planos para os furos de petróleo e gás em Portugal.
Vem com os teus amigos, pais ou avós e junta-te a nós!
A Campanha Linha Vermelha é uma campanha nacional de alerta para os problemas da exploração de petróleo e gás na costa portuguesa.
São cinco os contratos assinados para esta exploração em Portugal e a campanha promete não parar até que estes contratos sejam cancelados devido às graves consequências sócio-ambientais que se esperam.
Esta linha vermelha, feita de lã ou linha, começou a ser tecida em Junho 2016. Tem 15 cm de largura e em Agosto deste ano já contava com dois quilómetros de comprimento – objectivo é chegar aos 52 quilómetros. É tricotada por ativistas e organizações de todo o país contra a exploração de petróleo e gás – é por isso um protesto pacífico que pode ser participado por qualquer pessoa, enviando pedaços de linha vermelha pelo correio ou então juntar-se às ações públicas e eventos de rua e dar à agulha.
A Campanha Linha Vermelha nasceu de uma parceria entre a Academia Cidadã e o Climáximo, com vista a protestar as licenças concedidas pelo Governo português. Percorrendo hoje todo o território nacional em acções de esclarecimento.
QUAL É O PROBLEMA DA PROSPEÇÃO E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS?
O risco de acidentes graves é real: explosões e incêndios nas plataformas petrolíferas e marés negras, como já aconteceu no Golfo do México em 2010, destruição dos fundos oceânicos, e derrames frequentes que afetam os ecossistemas marinhos e costeiros. Na exploração de gás convencional em terra há risco elevado de contaminação de águas para consumo e agricultura, sismos, desperdício de biliões de litros de água, e contaminação de solos com mais de 600 substâncias químicas tóxicas e cancerígenas. Se a exploração for feita por fraturação hidráulica (fracking) – em terra ou mar-, os riscos são comprovadamente maiores pois é uma técnica mais agressiva. É por isso que esta técnica já foi proibida em vários países europeus, como a França ou na Alemanha.
ESTÁ PREVISTO ALGUM FURO PARA O TERRITÓRIO PORTUGUÊS?
Existem neste momento cinco contratos com dois furos planeados: ambos em terra para gás, em Aljubarrota, concelho de Alcobaça, e outro na Bajouca, concelho de Leiria, os dois a 3.200 metros de profundidade. Sabe-se também que em Portugal não existem reservas superficiais de gás, apenas sendo possível extrair gás para uso comercial com fracking. Não foram feitos estudos de impacte ambiental para estes furos, sendo que é apenas obrigatório em caso de fracking.
MAS O PAÍS NÃO ENRIQUECE SE ENCONTRAREM PETRÓLEO E GÁS?
Não. A exploração vai ser feita pelas empresas petrolíferas e de gás, e só depois de recuperarem todo o investimento que fizeram mais os custos de produção, o que poderá levar décadas a acontecer, é que o Estado poderá ganhar entre 5% a 9% dos lucros da venda do petróleo. Na Noruega, por exemplo, esse valor ronda os 67%. E o preço para o consumidor do petróleo e do gás não irá ficar mais barato.
E ISTO VAI TRAZER MAIS POSTOS DE EMPREGO?
O trabalho em plataformas petrolíferas e de gás é altamente especializado e exige pouca mão-de-obra, e por isso a maioria dos postos de trabalho será ocupada por trabalhadores vindos de fora. O pouco emprego criado em Portugal está longe de compensar a perda de empregos no turismo, pesca, e agricultura, afetados pela exploração de petróleo e gás.
ENTÃO QUAL É A ALTERNATIVA?
Defendemos um futuro sustentável e um desenvolvimento económico em Portugal baseado em indústrias e atividades compatíveis com a preservação do ambiente e da qualidade de vida e que não contribuam para o agravamento das alterações climáticas. Defendemos uma transição económica progressiva e inevitável para fontes de energia sustentáveis.
Malhação é um Projeto da Iniciativa de Transição de Linda a Velha, desde 2011, com a missão resiliente, de partilhar saberes, à volta de uma mesa de boa disposição, com lãs e agulhas de tricot e crochet.
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